O quanto a imaginação depende do conhecimento?

Por Ana Paula Siqueira, sócia de SLM Advogados e coordenadora do Programa Educacional de Proteção contra Cyberbullying para o Jornal Eletrônico do SIEEESP

As crianças são realmente educadas ou programadas na escola? Temos a oportunidade de observar jovens programados para um comportamento social, mas não educados para sua estruturação íntima, que depende de atitudes como introspecção e autocontemplação. Saber ouvir e imaginar, por exemplo, faz parte do exercício de autoeducação e poucas instituições de ensino estão preparadas para tal feito.

“Imaginação é mais importante que conhecimento”, segundo Albert Einstein. Segundo Aristóteles, a faculdade imaginativa é a que possibilita ao indivíduo produzir imagens advindas do contato com a realidade, e sendo que tais imagens ficariam retidas na memória. Assim, essas imagens poderiam ser acessadas sem que houvesse a necessidade de nova experiência sensível com vistas a “reacendê-la” em nosso intelecto. Por sua vez, o filósofo Averróis, conceitua a imaginação como a relação existente entre as formas dos objetos físicos e as formas da alma oriundas tanto dos dados externos quanto dos sentidos internos (sentido comum, imaginação, cogitação e memória), por meio do qual os inteligíveis podem ser assim acessados ou adquiridos.

Quando as crianças saírem do mundo do faz-de-conta para se tornarem adultos conscientes de seus atos, será preciso que tenham vencido as barreiras do certo e do errado, do bem e do mal e saibam administrar a realidade que viram nascer de sua fantasia. O papel da escola é muito maior do que a informação pura e simples – a intuição de ensino do século XXI tem o desafio de fazer germinar a autoeducação e criatividade, dentro e fora da sala de aula.

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