A peça teatral “Como Eu Matei a Minha Filha” tem a intenção de levar o espectador a refletir, por meio de encenações e gravações de depoimentos reais, qual a responsabilidade dos homens em uma cultura de violência contra as mulheres e a necessidade de que eles rompam com modelos de masculinidades tóxicos que reproduzem essa violência.
Com encenações gratuitas previstas até 24 de setembro, o espetáculo estreia nesta 6ª.feira (01/09/2023) no Teatro Municipal Alfredo Mesquita, em Santana (Zona Norte). Em seguida, será apresentado em uma mini circulação nos CEUs Jaçanã e Tremembé, e na Fábrica de Cultura da Brasilândia.
Com a releitura da crônica escrita pelo historiador e fotógrafo Cadu de Castro, recebe a direção de Leticia Olivares e dramaturgia de Armando Liguori Jr. A crônica viralizou no Facebook em 2018. Cadu levou um susto quando abriu a rede social e viu que o post que havia publicado com o título “Como eu matei a minha filha”, horas antes, tinha viralizado e sido comentado e compartilhado por milhares de pessoas, no Brasil e no mundo.
Como surgem e quem são os responsáveis pela violência contra a mulher? A montagem foi pensada justamente para questionar esse incômodo. “Muita gente se enxergou no texto, muita gente mesmo, homens e mulheres. Acho que foi isso que ajudou a repercutir”, conta Cadu.
“Entendo que, cada vez mais, homens vêm compreendendo o que são os feminismos, bem como a opressão e a violência geradas pelo patriarcado e pelo machismo, e estão se engajando na luta contra esses padrões. Espero que nossas ações, sempre com o objetivo de educar para a diversidade e solidariedade, surtam cada vez mais efeito”, diz.
Em cena um único ator, André Falcão, que traz várias vozes do espetáculo, da vítima ao opressor, mostrando o que a vida já nos mostra diariamente, como situações em que uma piada misógina é comparada a histórias reais de violência.